Image description
  • Economia
  • Destaque

Brasil: uma potência para a atuação de agritechs focadas em produção sustentável

17 de julho de 2023

Como aumentar a produção da agricultura e também realizar uma transformação na lógica do modelo que conhecemos hoje para um mais sustentável e resiliente às mudanças climáticas? A resposta para essa pergunta é a tecnologia e a inovação. 

Em uma recém-edição da newsletter AgriSustainability Matters, da Embaixada do Brasil em Londres, Mariana Vasconcelos, CEO e co-fundadora da Agrosmart, pintou um cenário próspero para as agritechs no Brasil. 

Na publicação da Embaixada do Brasil em Londres, a CEO explicou que o agro brasileiro tem sido há muito tempo uma potência quando se trata de ciência, tecnologia e inovação, e no futuro terá ainda mais oportunidades para se destacar no cenário internacional, como gerador e exportador de soluções climáticas. Hoje, a tecnologia desempenha um papel fundamental ao alavancar a transparência e boas práticas baseadas em ciência e dados, criando um ambiente favorável para o ecossistema de empresas climáticas e de agrotecnologia brasileiras capazes de desenvolver soluções para o agronegócio. 

As soluções baseadas na natureza (NbS ou nature-based solutions) visam resolver problemas ambientais, sociais e econômicos por meio da proteção, restauração e gestão sustentável dos ecossistemas naturais. No Brasil, é possível harmonizar a produção agrícola com as NbS, adotando práticas como agricultura de baixo carbono e regenerativa. Essas abordagens não apenas garantem um crescimento sustentável com menores emissões de carbono, mas também contribuem para o aumento do estoque de carbono no solo e a proteção da biodiversidade.

Com mais de 25% da economia da América Latina concentrada no agronegócio, o mercado oferece grandes oportunidades para startups locais que desenvolvem soluções que integram clima, agronegócio e NbS. As tecnologias agrícolas desempenham um papel crucial na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), com potencial de atrair bilhões de dólares em investimentos até 2025. O Brasil também possui centros de pesquisa, universidades e ecossistemas de inovação que impulsionam a transformação do setor e promovem a sustentabilidade.

Potencial inegável

De acordo com a CEO, o potencial desse do mercado é imenso: o setor de climate tech deve ter uma avaliação de mercado projetada de US$ 147,5 bilhões até 2032, com uma taxa de crescimento anual composta de 24,2% (2022-2032). A expectativa, portanto, é que novas climate techs focadas em acelerar essa transição de sistemas produtivos para modelos mais eficientes, sustentáveis e resilientes ao clima surjam nos próximos anos, inclusive na América Latina – região que, apesar da forte expansão de startups nos últimos anos, até o momento não foi atendida por esse mercado.

Nos últimos anos, o ecossistema brasileiro de inovação e empreendedorismo passou por uma rápida transformação, com iniciativas de empresas privadas, agências de desenvolvimento, investidores e startups impulsionando o setor agrícola.  Destacam-se iniciativas como o Vale do Agro, localizado em Piracicaba (SP), e o Agro Valley, em Londrina (PR), além de instituições de renome, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 


Esse cenário tem levado a uma maior participação das agritechs no agronegócio brasileiro. Segundo o Radar Agtech Brasil 2022, o país conta com 1703 agritechs, das quais: 14,2% atuam nas máquinas e insumos agrícolas; 41,4%,  com plantio, manejo, colheita, entre outras atividades; e 44,4% com armazenamento e distribuição. 

Para Mariana, é preciso reconhecer que os investimentos em agritechs ainda não condizem com a importância do agronegócio e do setor de alimentos na economia brasileira e latino-americana – no caso do Brasil, equivalente a cerca de 25% do PIB. Ela aponta, porém, que os investidores têm demonstrado crescente interesse nesse setor, que tende a se tornar um player importante no ecossistema global. O Brasil, por exemplo, ficou na sexta posição e a Colômbia na 13ª, no ranking dos 15 países que mais receberam investimentos em agritechs em 2021 – em 2020, apenas a Colômbia havia entrado no Top 15.

Ela encerra explicando que a América Latina tem vantagens excepcionais para absorver esses investimentos. O Brasil, em particular, possui a maior floresta tropical do mundo – cuja conservação e preservação são essenciais para combater as alterações climáticas –, além de uma extensa área agrícola e um elevado potencial para o desenvolvimento da bioeconomia e de soluções baseadas na natureza.

Compartilhe:

Notificação de Cookies

Ao clicar em “Aceitar todos os cookies”, você concorda com o armazenamento de cookies no seu dispositivo para melhorar a navegação, analisar a utilização do site e contribuir para melhorar sua experiência. mais informações