Tecnologia e inovação impulsionam nova era da fruticultura brasileira
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de frutas do mundo, com destaque para mangas, melões, uvas e mamões. Nos últimos anos, a adoção de tecnologias inovadoras tem transformado profundamente a cadeia produtiva, desde o campo até a mesa do consumidor, promovendo ganhos em produtividade, sustentabilidade e qualidade.
A agricultura de precisão tem sido uma das principais alavancas de modernização na fruticultura brasileira. Com o uso de sensores, drones e softwares de análise, os produtores conseguem monitorar em tempo real as condições do solo, clima e saúde das plantas, permitindo decisões mais assertivas e eficientes.
Práticas agrícolas mais sustentáveis levaram à ampla adoção de bioinsumos na fruticultura brasileira. Esses produtos, derivados de microrganismos e extratos vegetais, substituem fertilizantes e pesticidas químicos, promovendo a saúde do solo e das plantas. Além disso, sistemas de irrigação por gotejamento têm sido implementados para otimizar o uso da água, fornecendo-a diretamente às raízes das plantas de forma controlada, o que é especialmente importante em regiões semiáridas como o Vale do São Francisco.
A eficiência na distribuição das frutas também tem sido aprimorada com o uso de embalagens sustentáveis e tecnologias de rastreabilidade. A Apeel Sciences, por exemplo, está desenvolvendo um revestimento comestível que dobra o tempo de armazenamento, reduzindo o desperdício. Ela explica que o recobrimento de frutas, totalmente à base de plantas e sem aditivos químicos, cria uma película invisível, incolor e inodora, retardando o processo de amadurecimento da fruta.
O gerente técnico da Abrafrutas, Jorge de Souza, acompanha de perto o desenvolvimento de tecnologias para o setor brasileiro e vê com bons olhos as novas soluções. “O Brasil trabalha ano após ano em inovações para melhorar o setor. Isso fica evidente no crescimento da produção e exportação nos últimos anos”, disse. Segundo Souza, o país deve continuar sendo o principal fornecedor de frutas do mundo por conta dos novos mercados com países da Ásia e das negociações sobre as novas rotas comerciais.
Todos os investimentos se juntam aos recentes investimentos em infraestrutura portuária no Nordeste, marcando uma nova era na fruticultura brasileira. A inauguração de uma rota marítima direta entre o Brasil e a China, conectando os portos de Salvador (BA) e Santana (AP) ao porto de Gaolan, na cidade chinesa de Zhuhai, promete reduzir o tempo de transporte de mercadorias de 60 para aproximadamente 30 dias. Essa iniciativa vai agilizar o escoamento de frutas frescas, como melões e uvas, além de diminuir os custos logísticos em até 30%, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado asiático.