Frutas do Brasil: como funciona o controle de qualidade de exportação?
O Brasil detém a posição de terceiro maior produtor de frutas do mundo, 41 milhões de toneladas de frutas produzidas em 2022, segundo os dados da FAO. E esse título de destaque na fruticultura mundial não é à toa. As frutas do Brasil se destacam principalmente por sua qualidade e variedade. Enquanto a maioria dos países depende da sazonalidade de produção, as frutas do Brasil podem ser colhidas o ano inteiro. Contudo, para que essas frutas cheguem aos mercados internacionais, é fundamental atender a uma série de normas de controle de qualidade e exigências internacionais.
O processo de exportar frutas brasileiras para mercados internacionais requer um rigoroso controle do produto e do processo de produção, com adequação às normas e certificações exigidas por cada país. Assim, quando falamos de qualidade das frutas, o Brasil também é reconhecido por cumprir todas as exigências de exportação, inclusive nos temas de sustentabilidade social e ambiental.
O que é controle de qualidade na exportação de frutas?
O controle de qualidade envolve um conjunto de processos que garantem que as frutas brasileiras exportadas atendam aos padrões exigidos pelos mercados internacionais. Esses processos começam desde o cultivo, passando pela colheita, manuseio, armazenamento e transporte, até a chegada ao destino final. As frutas devem ter cor, formato e tamanho,de acordo com a exigência do mercado.
Um dos processos que compõem esse controle de qualidade é o tema das pragas. Para que as mangas do Brasil sejam exportadas para os Estados Unidos, por exemplo, as frutas precisam passar por um processo de tratamento hidrotérmico em temperaturas pré-estabelecidas para garantir que estarão livres de formas vivas de pragas conhecidas como moscas-das-frutas, que são insetos capazes de causar prejuízos significativos nas lavouras dos países importadores, se introduzidas. Já as uvas brasileiras passam por um processo de resfriamento em câmaras frias por 15 dias ininterruptos para garantir que não serão exportadas com parasitas ou doenças.
O mercado internacional também é bastante criterioso e exigente em relação aos resíduos de defensivos agrícolas, pesticidas, fungos ou outras substâncias que possam comprometer a saúde do consumidor. Por isso, existem processos de controle e fiscalização que garantem que esses defensivos não estarão presentes nas frutas exportadas ao exterior acima dos níveis de segurança. Quando as frutas não atendem a esse padrão de exigência, a carga é rejeitada: “O mercado internacional exige um nível máximo de resíduos. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse controle se dá através do órgão governamental FDA (Federal Drug Administration)”, comenta Erika Campelo, diretora comercial da FTrade.
As frutas mais sensíveis ao “shelf life” – tempo de prateleira, ou maturação – são enviadas em contêineres de atmosfera controlada para garantir que chegarão frescas até o consumidor. Isso ocorre, por exemplo, com mangas e avocados.
Além dos processos de controle e tratamento já exemplificados, os produtores de frutas brasileiras são frequentemente visitados por representantes técnicos dos países importadores, para auditorias no processo de cultivo, colheita e armazenagem das frutas produzidas, assegurando assim a conformidade pré-definida.
Cumprir rigorosamente as exigências internacionais não é apenas uma obrigação legal, mas também uma vantagem competitiva. O mercado consumidor de frutas frescas está cada vez mais preocupado com a qualidade, a segurança do alimento e a sustentabilidade. Empresas que demonstram comprometimento com essas áreas ganham a confiança dos consumidores e parceiros comerciais, além de acessar mercados mais rentáveis. Além disso, o consumidor brasileiro também é beneficiado, levando em consideração que a fruta comercializada dentro do país tem a mesma qualidade e cumpre as mesmas exigências e padrões do mercado internacional. Os pomares para produção de frutas para exportação é o mesmo para aquelas que vão para o mercado interno.
Sobre o Frutas do Brasil
A Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados), em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), está empenhada em promover o crescimento dos exportadores brasileiros. Este projeto visa expandir seus negócios, abrir novos mercados, destacar as qualidades das frutas brasileiras e incentivar o consumo de frutas saborosas e de alta qualidade.
Sobre a Abrafrutas
A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) é uma associação sem fins lucrativos que tem por finalidade representar e promover a fruticultura brasileira frente ao mercado internacional. Criada em 2014, a Abrafrutas conta com aproximadamente 70 associados produtores exportadores de frutas e detém aproximadamente 85% do volume total das frutas frescas exportadas pelo Brasil.